domingo, 14 de dezembro de 2014

Aos (in)constantes (in)consistentes

Perdi o sono. É tanta poesia que os versos não me deixam dormir. Delícia estar rodeado de uma boa sensação, ainda que angustiante por não ter ideia do que é. Passei o dia explorando roteiros e lugares a visitar. O desejo de não estar fixo em canto nenhum, ao mesmo tempo que acolho onde quer que eu vá, é enorme. Quero muito contribuir de alguma forma em muitos lugares, ao passo de que quero estar em contato com expressões distintas de vida. Cultura, linguagem, idioma, arte, religião, vestimenta, dança, música, paisagem, comida, enfim, há um desejo enorme de entrar em contato mais de perto com as distintas formas. Hoje, mais que sempre, tenho tido uma sensação forte de que não tenho uma identidade, um eu verdadeiro e único, por vezes me aflige, me traz incômodo, me faz sentir um vazio de que não sou ninguém. Mas, espera aí! Como seria possível ter uma única forma totalmente construída por si mesmo? A questão é que permito que meu caminho percorra distintos lugares e acabo agregando muito do que observo e vivo, só expandindo mais ainda aquilo que chamamos de vida. Uma subjetividade construída de maneira compartilhada, sem apegos àquilo que não é meu integralmente. Assim, sigo! De amores à vida e grato aos encontros e sorrisos que vejo e dou. <3

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Catarse ou vômito para ser mais claro

Diante daquele palco, mais uma vez, me senti completamente verdadeiro. As defesas que me estruturavam foram desmoronando em cada movimento e palavras expressos não mais por uma atriz incrível, mas por um encontro com uma verdade precisa. Às vezes me vejo pensando na dificuldade de me perceber sincero, verdadeiro, íntegro e vivo, de fato. Várias personas, máscaras e atitudes – e por vezes pensamentos forjados – me fizeram enfrentar tête-à-tête algumas circunstâncias que encontrei pelos cenários da vida nesses últimos meses, ou anos (não sei). Não sei bem ao certo se pude sentir a real sobre a morte da minha mãe, talvez seja a primeira vez que expresso assim nesses termos. Por vezes tenho lampejos de que ela ainda estará em casa fazendo coisas que costumava fazer, ou simplesmente chegar e encontra-la na escrivaninha do computador, falando com seus diversos amigos e paqueras (ela era muito admirada pelos homens em festas que frequentava, pelo que me dizia). Assim, de instante paro e "caio na real", não é bem assim, ela não está lá. Raras as vezes que senti o coração apertado em pensar nela, mas quando senti, foi muito doloroso. Com certeza as memórias felizes que tenho dela/com ela são inúmeras e ainda assim me doem, pois não tenho como dizer a ela o quão feliz me faz pensar nessas lembranças. E dessas vezes em que não senti, ou que não me permiti, propositalmente (e não) foi para ser capaz de forçar diversos sorrisos ou algum sentimento empático. NÃO! Não, eu não estava bem o tempo todo. Quem afinal está? Não que tenha que estar. Admito que tenho me cobrado há tempos a voltar a escrever coisas, quando antes escrevia compulsivamente todos os dias. De repente não me vejo escrevendo ou envolvido com nenhum tipo de expressão libertadora, a não ser cantar no chuveiro, em busca de notas afinadas e desenvolver ressonadores e fortalecer o diafragma. Sinto falta, mas onde está o desejo disso tudo? É como se pudesse sentir o cheiro ou nem isso, talvez aquela sensação de quando tem alguém à espreita, perto de você e você não consegue vê-lo. Sei que há, mas onde está não sei. Apareça! Talvez nessas poucas linhas racionais e permeadas de uma dor de cabeça, talvez pela grande quantidade de choro no teatro somada a tantos acontecimentos. Sei lá. Por ora é isso, ou quase isso, ou nem isso se pensar bem...

sábado, 14 de julho de 2012

Agradecimento

Hoje eu dedico minhas palavras para agradecer. Acredito que esse agradecimento deve ser constante, ao longo de toda a vida. Mas, afinal, agradecer pelo que e para quem? Receio responder tão brevemente estas perguntas e acabar por tornar este agradecimento tão especial em um gesto banal. Assim, atribuo um valor imensurável e de caráter subjetivo à satisfação que sinto agora, quero dizer [risos], que a interpretação deste agradecimento caiba somente àquele que o receber. Então, meu amigo, minha amiga, meu colega, meu chegado, meu brother, meu camarada, meu conhecido dali, de lá, aquele que eu não vejo faz tempo, aquele que eu vejo de vez em quando, aquele que eu vejo todos os dias, aquele que sempre me deseja um bom dia, aquele que me olha e sorri, ou até os que não sorriem, aquele que ainda faz parte da minha vida, aquele que já não se lembra dos bons momentos, aqueles que permanecem, aqueles que já foram, aqueles que vão vir, aqueles que estão chegando, aqueles que fazem questão de estar, aqueles que não estão nem aí, aqueles que queriam estar mais perto, aqueles que estão perto até demais, aqueles que eu queria conhecer melhor, aqueles que estão nos mais diversos lugares do planeta; todos merecem imensamente um MUITO OBRIGADO. São vocês que me ajudaram e ajudam a ser como sou, imperfeito, porém satisfeito com quem sou. Assim, vamos construindo uns aos outros. Valeu.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Conto de terror?

Noite qualquer, dois irmãos se preparam para dormir:
- Irmãozinho, você sabe uma história de terror? — indaga o mais novo.
- Sei. Você quer que eu conte?
- Quero! — respondeu radiante — mas, não vai me deixar com medo, vai?
O mais velho lançou um misto de olhar sorridente e desafiador.
- Ah, então deixa pra lá! — exclamou o mais novo, já se cobrindo.
- Então tá — disse o irmão mais velho — mas, saiba que é uma excelente história.
Após um breve e reflexivo silêncio, o mais novo disse:
- Ah, conta! Conta! Eu juro que não tenho medo.
O mais velho apagou as luzes e se deitou em sua cama, a poucos passos de seu irmão e deu início a sua história:
- Certa vez eu estava andando pela casa quando eu vi um...
- TÁ BEM! CHEGA! — suplicou — Não quero mais ouvir. Estou com muito sono. Mas, pode me contar amanhã? — riu.
E, logo adormeceram.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Amor, força maior

A madrugada chama, mais uma vez. O desejo de sair por aí, por um rumo qualquer me consome. Mas, é tarde. Tarde porque já fixei raízes. Não posso sair assim. Talvez nem notassem. É! Até que poderia dar certo. Mas, dessa vez sou sou eu quem não quer ir. Prefiro ficar e lutar com minha fragilidade e persistência. Sou alguém que aprendeu a lutar com muita paixão, alguém que aprendeu a superar a dor e assim resistir frente ao perigo. Ainda que eu me renda somente diante das maiores forças, o amor e o carinho, eu ainda não aprendi a lidar com elas. Preciso delas, mas não suporto. E são essas forças que me prendem aqui.

domingo, 1 de julho de 2012

Esclarecimentos existenciais

É sempre assim, vou e volto, vou pra lá e vou pra cá. Nunca me decido. Há tempos que almejo por seguir uma conduta constante de postagem. Mas, está difícil, ah como está! Então, hoje digo que não postarei mais. Talvez assim eu faça o contrário, ou não. Não sei. É dessa forma que me vem à mente o ilustríssimo sábio Viktor Frankl que talvez me diria, se estivéssemos numa conversa franca, para encontrar o sentido da minha vida. Penso que a vida talvez se resume em viver, este é o grande sentido. Os desejos e sonhos são apenas caprichos que nós acrescentamos para dar brilho. Então, diante de todo esse caos que vivencio agora me vejo frente a uma questão: "cansaste de viver?". É, talvez, uma questão forte na colocação e não pela essência em si. Apresentar uma resposta pronta não é minha pretensão, é mais uma reflexão que me faz chegar a um outro patamar de questionamento existencial: "afinal, para(por) que(m) vives?". E, com essa eu me despeço deste post, tatuando em meu ser esta pergunta para que seja respondida a cada segundo. De fato não acredito ter leitores fiéis ao que eu escrevo aqui, mas ainda que seja para mim mesmo, pergunto ao eco: E o teu motivo, qual é?

sábado, 9 de junho de 2012

Amarras

Ao som de um piano, em meio a tantas lágrimas, angústia e repressões,
ainda sou capaz de me transportar a um mundo tão sublime e livre.
Repleto de aconchego e
Como queria poder trazer todos comigo, ah como queria!
Enquanto não consigo, eu tentarei, com toda força e amor,
quebrar as barreiras que me separam do mundo. E,
oferecer à todos o que de melhor nesse mundo consigo ver.
Tenho fé!
Não sei quando, nem onde, nem como. Só sei que vou tornar isso possível!

B