terça-feira, 26 de julho de 2011

Um castelo, dois castelos, um reino

Com efeito, seu olhar malicioso invadiu os limites da minha fantasia, e com toda essa persuasão, ao qual me tornei um escravo sem voz, sua indecência afastou as nuvens de algodão doce, ofuscou o brilho do sol, arrancou sem dó as flores do meu jardim, repudiou todas as minhas palavras de afeto, inibiu meus atos de carinho, distorceu minha representação do que é um amor puro. Mas, com todo o reflexo daquele momento e a lembrança daquele olhar, hoje eu paro, penso (e sofro). Mas, logo me deparo com uma luz, diante de toda a treva em que isso me fez chegar, que apesar de toda a consequência de uma percepção negativa da situação, acredito que devido as circunstâncias atuais (as quais sou grato), chego não a uma conclusão, mas em uma reorganização das memórias e percepção dos fatos. Se ontem eu não sentia o valor de um auto conceito positivo e de uma auto estima elevada, hoje eu posso começar a compreender. Não há sentido em abandonar meu castelo tão lindo que construi, entre trancos e barrancos, mesmo não achando ter beleza alguma. Ainda há tempo de reconstruir, ou mesmo reformá-lo, depois personalizá-lo ao meu modo, com cores excêntricas e mobílias clean com tons prateados com caixas de sons espalhadas, tocando diversas músicas. Descobrir o que me agrada, ser ativo em minha vida, me faz ver a luz do sol novamente, não mais me deixar escondido com medo de ser feliz, com vergonha de mim mesmo ou me punindo por conquistar doses de gratificação. Afinal, o que os outros dirão do meu castelo? Não sei, independente do que dirão fui eu quem o construiu. Portanto, abrirei os portões que antes o trancafiara, arrancarei as censuras dos meus sentimentos e deixarei que pessoas entrem, mas, com cautela é claro. Pois, ainda estou reformando-o, não há data para o término dessa reforma, e não estou preocupado com isso, só sei que estou permitindo ficar lindo. Sei que não poderei abrigar o mundo inteiro neste castelo, entretanto, recepcionarei meus hóspedes queridos muito bem, mostrando, do meu modo, o valor do meu castelo, (seja em que linguagem e idioma for, risos). Sinto um clima agradável para um piquenique com os amigos que frequentam esse castelo, farei a mais linda apresentação de dança como re-inauguração. Logo chegará o inverno, a estação mais linda que há, em que a neve cairá sobre todo o castelo, deixando-o todo branco com um aspecto mais aconchegante. A vida disse que nem sempre o sol brilhará sobre o meu castelo, concordo. Entretanto, se a luz do sol não está mais lá, depois de um tempo pode vir o brilho da lua, tão lindo quanto o sol, para iluminar meus caminhos e fazer da minha vida mais alegre. Seja em que época for, em breve chegará um habitante novo (ou mesmo já conhecido) que se mudará para as redondezas do meu castelo, apresentarei a vizinhança e orgulhosamente meu castelo, onde também explorarei seu castelo. Possivelmente, um dia, quando ambos os castelos estiverem sólidos o suficiente (não tão rígidos assim), iremos juntos construir um só castelo e viveremos felizes para sempre.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Breves dizeres sobre a dança I

A arte é nada menos que a expressão mais próxima do real de si mesmo. Nesse mesmo discurso afirmo que a dança mostra, através de um instrumento tão elaborado e rico em detalhes, o reflexo do conteúdo interno de uma pessoa. Expõe, de forma corporal, sentimentos que nem mesmo podem ser explicados. É tão subjetivo cada movimento realizado que posso associar com uma obra de arte, não precisa e não deve ser explicado, mas sim sentido. Nem sempre percebemos certas situações, mas as sentimos dentro de nós, de alguma forma.